quinta-feira, 18 de abril de 2013

E-mail recebido - Nota Oficial




 

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE ALMINO AFONSO
 Rua Antônio Joaquim, nº 88, Centro, Almino Afonso/RN, CEP: 59.760-000




Fone/Fax: (84) 3395-0272 / mp-alminoafonso@rn.gov.br

 - NOTA OFICIAL -
MENSAGEM DA PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE ALMINO AFONSO Á POPULAÇÃO EM GERAL

 1.                    Tramita no Congresso Nacional Proposta de Emenda à Constituição – PEC 37, chamada de “PEC da Impunidade” – conferindo à polícia competência privativa (leia-se, competência única, exclusiva) para apurar infrações penais de qualquer natureza, retirando do Ministério Público e de outras instituições (Receita Federal, Tribunais de Contas, COAF, CPI’s etc.), o poder de investigar crimes, sobretudo, aqueles do colarinho branco.
2.                    Importante consignar que a pretensão de exclusividade contida na aludida PEC, parece guiar-se mais pela ideia de “reserva de mercado” do que pela eficiência do sistema de investigação criminal. Não seria saudável para a democracia brasileira que uma única instituição reunisse em si todos os poderes investigatórios imagináveis, como quer a PEC em análise, excluindo outros órgãos que, por sua vez, também possuem relevante missão constitucional nas áreas de suas respectivas competências.
3.                    Esse é, pois, um dos aspectos mais problemáticos da PEC em debate. Ao invés de estimular a cooperação e a complementariedade dos esforços na elucidação dos atos criminosos, estabelece verdadeira relação de exclusão e, por conseguinte, de distanciamento entre os órgãos públicos competentes. 
4.                    A exclusividade almejada pela PEC 37 é nociva ao interesse social. Retirar do Ministério Público a capacidade de promover diretamente determinadas investigações seria atitude temerária e injustificável à luz da Constituição e de todo o ordenamento jurídico vigente.
5.                    Portanto, essa manobra deve ser vista com bastante preocupação pela sociedade, pois, acaso aprovada a PEC 37, o Brasil e, particularmente, o Povo Brasileiro, ficará de mãos atadas em relação aos crimes do colarinho branco.
 6.                    Importante destacar que somente três países do mundo não permitem que seus Promotores de Justiça investiguem crimes, sendo eles: Quênia, Uganda e Indonésia (países esses que se encontram entre aqueles mais corruptos do Mundo, conforme ranking da Corrupção 2012).

7.                    A aprovação da PEC 37 impedirá iniciativas exitosas do Ministério Público Potiguar, a exemplo das operações Máscara Negra, Sinal Fechado, Assepsia, Judas, Pecado Capital, Impacto, Mal Assombro, QI, Cangueiros, e tantas outras que desvendaram esquemas criminosos no Estado.

8.                    Esta é, certamente, uma medida a ser evitada. Não se pode permitir que seja dado esse grande presente para bandidos do crime organizado.

9.                    O Ministério Público de todo o Brasil está mobilizado e tentando colocar esse tema na pauta do dia. Olho bem aberto.

Segue, no link abaixo, a petição eletrônica para o efetivo exercício de cidadania.

CLIQUE AQUI e assine a petição contra a aprovação da PEC 37, a PEC da impunidade.
Almino Afonso (RN), 16 de abril de 2013.
Fábio Souza Carvalho Melo
Promotor de Justiça Substituto