As ruas Francisco Nunes, Antônio Carlos, Maria Nunes e parte da Livaldina Santos, além do entorno da Praça Aurino Carlos e da Igreja Matriz, receberam recentemente uma nova camada de asfalto. A pavimentação foi recebida como um avanço, sobretudo porque esses espaços haviam sido asfaltados há mais de quarenta anos, ainda durante o governo do alminoafonsense Lavoisier Maia (in memoriam).
O longo intervalo entre as duas ações gerou expectativa entre os moradores, que viam na obra uma oportunidade de revitalização do centro urbano. No entanto, a forma como o serviço foi conduzido - especialmente após a recente operação tapa-buraco, realizada poucos dias antes do recapeamento - despertou críticas e questionamentos. Para parte da população, falta de planejamento e desperdício de recursos públicos marcaram tanto o passado, na ausência de novas intervenções ao longo de décadas, quanto o presente, na execução apressada e sem coordenação das etapas atuais.
Pouco antes do recapeamento, esses mesmos trechos haviam sido contemplados pela operação tapa-buraco. Porém, todo o serviço realizado foi removido e descartado para dar lugar à nova camada de asfalto. Ou seja, o material aplicado há poucos dias acabou literalmente no lixo, sem cumprir qualquer função prática.
Para moradores e lideranças locais, a situação materializa um desperdício de dinheiro público, revelando improviso e ausência de planejamento. O sentimento predominante é de que a gestão executou etapas desconexas, sem considerar cronogramas e prioridades, o que resultou em perda de recursos que poderiam ter sido destinados a outras necessidades do município.
Outro ponto que vem gerando questionamentos é a evidente falta de uniformidade na aplicação do recapeamento. Apesar de destacar a pavimentação de vias históricas, a nova camada de asfalto não contemplou toda a extensão anunciada.
Chama atenção o fato de que a frente da casa residencial destinada a abrigar o(a) juiz(a) da comarca recebeu pavimentação integral, assim como o prolongamento da Rua Maria Nunes, que foi asfaltado pela primeira vez. Nessas áreas, o recapeamento chegou até os limites das calçadas, com acabamento completo e contínuo.
Já no entorno da Praça Aurino Carlos, na Igreja Matriz e nas frentes das residências situadas no centro, o asfalto simplesmente “parou antes da hora”. As imagens feitas no local mostram trechos sem cobertura, desnivelados e desconectados das áreas que receberam tratamento completo.
O contraste entre os trechos contemplados integralmente e os que foram parcialmente executados alimenta a percepção de que a obra seguiu critérios desiguais. Moradores questionam por que houve empenho político e administrativo para beneficiar a casa da justiça e para executar o prolongamento da rua, mas não para concluir trechos igualmente importantes do centro.
Para muitos, o episódio reforça a sensação de que o dinheiro público está sendo aplicado com prioridades seletivas, mais próximas de interesses específicos do que de necessidades coletivas.
O novo recapeamento, que poderia representar um passo importante para a revitalização urbana de Almino Afonso-RN, acabou marcado por controvérsias. Entre o desperdício da operação tapa-buraco, a execução parcial e os critérios desiguais de cobertura, a obra trouxe à tona práticas conhecidas do cotidiano político, ou seja, falta de planejamento, improviso e escolhas que nem sempre seguem critérios técnicos.
Se houve esforço para asfaltar o prolongamento da rua Maria Nunes e para garantir acesso adequado à casa da justiça, por que não houve o mesmo empenho para completar o entorno da praça, da igreja e das residências? A população segue esperando as respostas.