Açude Lauro Maia está quase seco, e moradores enfrentam racionamento severo, pagando até três contas de água por mês
A cidade de Almino Afonso, no interior do Rio Grande do Norte, vive um clima de incertezas quanto o fornecimento d’água O açude público Lauro Maia, único reservatório responsável pelo abastecimento da população, se encontra com volume extremamente baixo. A situação é tão grave que a água que ainda chega às torneiras em algumas regiões da cidade tem apresentado odor forte, tornando-se imprópria para o consumo.
Diante do risco de colapso total no fornecimento, uma audiência pública foi realizada dia 29 de maio deste ano na Câmara Municipal, promovida pelos vereadores Vaguinho e Júnior de Mourão. O encontro contou com a presença de autoridades locais como o ex-vereador e presidente do PCdoB em Almino Afonso-RN Cleilson Carlos, ex-prefeito e atual secretário municipal de agricultura José Hildo Godeiro Carlos e do deputado estadual Dr. Bernardo Amorim (MDB) e representantes de órgãos como a CAERN (Companhia de Águas e Esgotos do RN) e outros com o objetivo de discutir soluções urgentes para o problema.
Entre as propostas apresentadas, a principal seria a reativação da adutora ligando Almino Afonso à Barragem Armando Ribeiro Gonçalves, em Assú-RN que possui maior capacidade de armazenamento e poderia garantir o abastecimento regular da cidade. No entanto, até o momento, nenhuma medida concreta foi tomada.
Enquanto isso, os moradores, especialmente das áreas mais altas da cidade, enfrentam dias sem uma gota de água nas torneiras. Os bairros mais afetados são o Conjunto Tony Márcio, Carlos de Melo (bairro Manoel Nascimento de Paiva) e o antigo Parque de Vaquejada, no bairro Francisco Godeiro Carlos, conhecido como "Açude".
Segundo relatos da população, a situação está insustentável: "Tem dia que abrimos a torneira e só sentimos o cheiro da água podre. Já tem semanas que não cai água aqui em casa", contou uma moradora do bairro Francisco Godeiro Carlos.
Além da falta d’água, o prejuízo financeiro também pesa no bolso dos alminoafonsenses. Em muitos casos, famílias estão sendo obrigadas a arcar com até três despesas mensais relacionadas à água: a conta da CAERN, que continua chegando mesmo quando não há abastecimento regular - e, quando há, a água apresenta odor forte e é imprópria para o consumo -, a compra de água mineral e, ainda, o pagamento a terceiros que vendem água em carros-pipa.
Com o forte calor típico deste período do ano e a incerteza sobre o futuro do abastecimento, a população cobra ações imediatas do Governo do Estado, da prefeitura municipal e das autoridades competentes.
Diante do cenário, os vereadores Vaguinho e Junior de Mourão tem se mobilizado, semana passada os parlamentares estiveram na regional da CAERN em Pau dos Ferros-RN para pressionar o órgão estadual por uma solução definitiva. A expectativa é de que o apelo dos moradores não caia no esquecimento e que medidas urgentes sejam tomadas para garantir o direito básico à água.
Enquanto isso, a cidade segue em alerta, esperando por uma resposta que não pode mais ser adiada.
FM Educativa
Foto: Google
Por Jean Garotinho