Desde que foi criado pelo Banco Central do Brasil, o PIX revolucionou a forma como os brasileiros realizam suas transações financeiras. Rápido, seguro e "gratuito", o sistema de pagamentos instantâneos trouxe ao cidadão uma enorme praticidade no dia a dia. Para o povo, significa comodidade: basta um celular conectado para pagar contas, transferir valores ou receber pagamentos em segundos.
Entretanto, por trás dessa praticidade, existe uma questão que precisa ser debatida com mais profundidade, ou seja, a quem pertence, de fato, o dinheiro que circula dentro das instituições financeiras por meio do PIX?
Quando alguém faz uma transferência via PIX, o recurso sai de uma conta de cliente para outra conta de cliente. Em termos práticos, ele não deixa a instituição financeira - permanece registrado e controlado dentro do mesmo sistema bancário. Isso significa que, embora seja o cidadão quem gera e movimenta o dinheiro, o controle efetivo continua nas mãos do banco.
Um exemplo claro está na vida do servidor público. Ele recebe seus vencimentos mensais em uma instituição financeira, e a partir daí paga contas de água, energia, internet, escola dos filhos, supermercado, faz compras virtuais ou mesmo transfere recursos para familiares. Em todos esses casos, o dinheiro continua dentro do sistema bancário: sai da conta do servidor e vai direto para a conta de terceiros, mas sempre sob a guarda da instituição financeira.
Ou seja, o dinheiro não sai do banco. Apenas muda de titularidade, mas segue sendo parte do montante sob controle da instituição.
Tradicionalmente, quando aplicamos nosso dinheiro em poupança, CDB ou fundos, sabemos que o banco pode trabalhar com esses recursos e, em contrapartida, nos paga algum rendimento. No entanto, no caso do PIX, mesmo sem aplicação, o banco continua detendo o recurso em seu poder - só que sem pagar absolutamente nada a quem mantém esse dinheiro disponível dentro do sistema.
Apesar do assunto tratar de "recur$o", não cabe recurso, porém é possível o debate. Assim entendemos!