Mais uma vez, a Prefeitura de Almino Afonso-RN faz questão de divulgar o pagamento dos servidores efetivos municipais como se fosse um grande feito. Mas pagar salário em dia não é favor - é obrigação.
O que a gestão não divulga, e prefere esconder, é que contratados, comissionados e prestadores de serviço seguem sem qualquer previsão de quando receberão. Uma realidade cruel que expõe o descaso político e administrativo com parte significativa dos trabalhadores que sustentam o funcionamento da máquina pública.
Muitos desses servidores recebem valores abaixo do salário mínimo, situação que já deveria envergonhar qualquer gestor. Mas, além disso, ainda são forçados a viver na incerteza, ou seja, sem saber quando terão condições de pagar aluguel, energia, água ou mesmo colocar comida na mesa. É a prova concreta de que a Prefeitura trata seus servidores de maneira desigual e desumana.
Fontes apontam que os efetivos só têm salários em dia por conta da atuação firme do sindicato da categoria, que acompanha de perto e, quando necessário, aciona a Justiça para obrigar a prefeita a cumprir aquilo que deveria ser rotina. Ou seja: nem o pagamento dos efetivos é fruto de compromisso da gestão, mas sim de pressão sindical e medo de derrota judicial.
É lamentável que, em pleno 2025, trabalhadores sejam submetidos a esse tipo de tratamento. A Prefeitura deveria garantir isonomia, respeito e valorização de todos os servidores - não apenas de uma parte. O que existe hoje é uma gestão que usa o salário dos efetivos como propaganda e deixa os demais à mercê da incerteza e do abandono.
Se não bastasse discriminar seus próprios servidores, a prefeita contrata serviços e compra produtos em outros municípios - como oficinas mecânicas, merenda escolar e combustíveis. Isso significa que, além de maltratar os trabalhadores, a gestão ainda causa prejuízos diretos à economia da cidade, retirando a oportunidade de geração de renda e fortalecendo o comércio de fora.
Pior, por não existir órgão pagador no município, quando os servidores finalmente recebem seus salários, são obrigados a se deslocar para outras cidades para sacar ou movimentar o dinheiro. Com isso, parte do que poderiam gastar no comércio local acaba ficando também em outras praças.
Enquanto a prefeita se esquiva de sua responsabilidade, centenas de famílias sofrem as consequências de uma política de desrespeito e desigualdade. Não se pode efetivar essa prática: é preciso cobrar, denunciar e exigir mudança. Afinal, quem trabalha pelo município merece receber em dia, sem distinção ou privilégios.
É preciso que a Prefeitura valorize todos os servidores igualmente e que o dinheiro público seja usado para movimentar a economia local, e não para favorecer interesses fora da cidade.