O texto começa com um versículo do Livro do Êxodo: “Eu sou o Senhor, teu Deus, que te fiz sair da terra do Egito, da casa da servidão”. “Assim inicia o Decálogo dado a Moisés no Monte Sinai”, escreve o Pontífice, acrescentando que “quando o nosso Deus se revela, comunica liberdade”.
Francisco recorda que “a Quaresma é o tempo de graça em que o deserto volta a ser – como anuncia o profeta Oseias – o lugar do primeiro amor. Deus educa o seu povo, para que saia das suas escravidões e experimente a passagem da morte para a vida. Como um esposo, atrai-nos novamente a si e sussurra ao nosso coração palavras de amor”.
O êxodo da escravidão para a liberdade não é um caminho abstrato. A fim de ser concreta também a nossa Quaresma, o primeiro passo é querer ver a realidade. Também hoje o grito de tantos irmãos e irmãs oprimidos chega ao céu, mas nos comove? - pergunta o Papa.
“Deus não se cansou de nós. A Quaresma é tempo de conversão, tempo de liberdade. O próprio Jesus foi impelido pelo Espírito para o deserto a fim de ser posto à prova na sua liberdade. O deserto é o espaço onde a nossa liberdade pode amadurecer numa decisão pessoal de não voltar a cair na escravidão. Na Quaresma, encontramos novos critérios de juízo e uma comunidade com a qual avançar por um caminho nunca percorrido”, escreve ainda o Pontífice, ressaltando que isto comporta uma luta: assim nos dizem claramente o livro do Êxodo e as tentações de Jesus no deserto.
“É tempo de agir e, na Quaresma, agir é também parar: parar em oração, para acolher a Palavra de Deus, e parar como o Samaritano na presença do irmão ferido”, sublinha Francisco, recordando que a oração, esmola e jejum não são três exercícios independentes, mas um único movimento de abertura, de esvaziamento: “Lancemos fora os ídolos que nos tornam pesados, fora os apegos que nos aprisionam. Então o coração atrofiado e isolado despertará”.
Fonte: @vaticannewspt