Tenho pensado no cansaço dos padres.
Eu mesmo um dia pensei que quando tudo voltasse ao normal, provavelmente conseguiríamos fazer grandes trabalhos de evangelização para acolher novamente os fiéis. Sim, nem todos vão voltar. E a Igreja que antes tinha que ser "em saída", agora vai precisar sair ainda mais disposta.
Só que estamos cansados. A Pandemia não diminuiu nosso esforços, ela nos esgotou. Os padres estão esgotados e com eles, aquele grupo de fiéis que não tirou a mão do arado.
Não foi tempo de descanso. Foi tempo de se reinventar, sofrer, errar, sentir medo enquanto todos esperam que você seja corajoso. Isto tudo é extremamente desgastante.
É desgastante não saber como vai ser a agenda da próxima semana. O que fazer com as crianças da catequese, os jovens da crisma, as capelas rurais, tão pequeninas e numerosas...
É desgastante a escala trocar porque um está suspeito, o outro perdeu alguém da família, o outro está internado. E pra todos, o padre desgastado, precisa ter uma palavra de ânimo.
É desgastante o abre e fecha de igrejas. A incerteza do que vão decidir por decreto da sua comunidade... E ver todo mundo mandando, enquanto os que deviam mandar ficarem em silêncio.
É desgastante ver o choro do desempregado, o medo dos idosos, a irresponsabilidade virando status nas redes sociais.
Quando você vir um padre, pense que está sendo difícil pra ele também.