Subtenente Klevson Pereira da Silva
Boa tarde meus senhores e senhoras de Almino Afonso e a quem interessar possa. O assunto a que vou me reportar nessa "nota" é de suma importância e de interesse de todos, pois trata-se da questão de um possível "atentado" que alguns sujeitos estariam planejando executar em um estabelecimento de ensino nesta cidade.
Na verdade eu nem iria publicar qualquer coisa a esse respeito pois as investigações ainda estão em andamento e é muito prematuro fazermos quaisquer juízos sobre esse assunto, mas como estão surgindo muitas conversas desconcertadas, mentirosas e levianas, achei por bem publicar aqui as informações para que todos se tranquilizem e não entrem em pânico proibindo os filhos até de frequentarem as escolas.
Vou tentar ser o mais objetivo possível sem me estender muito para não ficar enfadonha a leitura. O seguinte: na noite de 07 de abril do ano em curso (domingo último), pelas 21:30 horas, recebi uma denúncia via whatsap de que alguns indivíduos estariam com planos de cometer um ataque com bombas e armas de fogo na "escola Estadual Estudante Ronald Néo Júnior", nesta cidade, ataque este do mesmo molde de como fizeram em uma escola na cidade de Suzano em São paulo há alguns dias.
Ao tomar conhecimento desse "informe", de imediato eu e meus comandados passamos a diligenciar e na manhã seguinte, juntamente com alguns membros do Conselho tutelar de nossa urbe, nos reunimos com a direção da referida escola, aonde tratamos do assunto em epígrafe (já que constava nas informações de que teria indivíduos menor de idade também participando do planejamento do ataque).
Após a reunião o conselho tutelar foi cuidar das suas atribuições junto aos menores envolvidos e a Polícia Militar sob o comando desse que o subscreve, saiu a procura dos elementos maiores de idade e localizamos alguns dos principais envolvidos e ao indagá-los acerca das informações que nos chegaram, os próprios nos relataram que realmente conversaram entre si em um grupo de WhatSap sobre essa possibilidade de atentado à escola mas que "TUDO NÃO PASSOU DE UMA BRINCADEIRA", ou seja, os suspeitos negaram veementemente de que tencionavam realmente em realizar quaisquer ataques que fosse a alguma escola ou a outro qualquer local.
Outrossim, na ocasião das investigações solicitamos os aparelhos de telefones celular de alguns dos " investigados" e constatamos que nesses aparelhos contém algumas conversas, (escritas e áudios) aonde os envolvidos conversam entre si, tratando com sarcasmo da efetivação do referido atentado; assim sendo e diante da gravidade das conversas, achamos por bem "apreendermos os referidos celulares, os quais serão entregues a Autoridade Policial (delegado de Polícia Civil), o qual já está ciente do ocorrido e já intimou os suspeitos para prestarem declarações sobre os fatos em tela.
Sei da grande preocupação das pessoas diante desse fato, incomum em nosso município, pois Almino Afonso é considerada uma das cidades mais calmas e tranquilas de nossa região; terra de gente hospitaleira, trabalhadora e honesta e os pais de alunos, com razão, se preocuparam bastante com o surgimento desse assunto mas afirmo aos senhores e senhoras que os envolvidos na provável trama foram identificados, e não foi encontrado com quaisquer deles, armas ou outros apetrechos que pudessem a vir causar danos ou vitimar pessoas; eles são todos de boa família aqui de nossa comunidade e possivelmente isso não tenha passado de uma péssima brincadeira, (de mau gosto), diga-se de passagem. Porém, vale salientar que por serem de boa família, isso não os isenta de serem de má índole mas isso só poderemos afirmar após as concretizações das investigações.
Vejam bem: Não estou afirmando que esses indivíduos estavam só brincando e que não tinham intenção de cometer esse ataque; eles negaram o dolo, a vontade de realizar o ataque mas eu não sou Deus para ler o pensamento de ninguém. Eles podem muito bem terem mentido quando negaram a intenção de causar terror na escola já mencionada. Só posso afirmar que a Polícia Civil já está investigando, o Ministério Público (promotor de Justiça) já foi cientificado do ocorrido; acredito que esses aparelhos de celular passarão por perícia e/ou quebra de sigilo telefônico para assim confirmar ou se dissipar quaisquer dúvidas, mas isso não cabe a Polícia Militar, a nossa parte já foi e está sendo feita.
Alguém poderá indagar: o porquê desses homens não estarem presos? Já que a Polícia têm os celulares deles com os áudios falando em cometer o atentado? Respondo: Vamos supor que eles (os envolvidos), estejam mentindo ao dizerem que tudo não passou de uma brincadeira e que jamais teriam coragem de atentar contra a escola, alunos e funcionários, e que realmente o plano deles seria atentar contra a escola, mesmo assim até agora não fizeram nada danoso, apenas ameaças vagas enquanto trocavam conversas e áudios pelo aplicativo Whatsap e o crime de ameaça (artigo 147 do Código Penal), é considerado um crime de menor potencial ofensivo; não cabe prisão em flagrante e sim, os envolvidos são interrogados pela autoridade policial, é confeccionado um termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) e a justiça após receber os autos do Delegado de Polícia, esta sim ´é quem somente possui a incumbência para julgar a conduta de cada um dos suspeitos.
Desde o surgimento dessas conversas, a Polícia Militar de Almino Afonso, mesmo com a deficiência de efetivo, não mediu esforços para a devida elucidação e está rondando com mais frequência nas adjacências dos estabelecimentos de ensino, com o fim de inibir qualquer ação delituosa, bem como, redobramos a atenção a elementos suspeitos, estranhos ou não nas proximidades das escolas.
Podemos assegurar que as escolas podem continuar com suas aulas normalmente e quanto aos envolvidos nas conversas sobre os atentados, estes serão devidamente investigados e se comprovado dolo, os culpados serão devidamente penalizados, conforme a lei.
Sendo só o que se apresenta para o momento, reitero a vossas senhorias meus votos de estima e consideração.
Ass: Subtenente Klevson Pereira da Silva
Comandante do Pelotão de Polícia Militar.
Almino Afonso/RN