Essa era a casa do agente,
Do agente da estação.
Parece que não é uma casa,
Até parece sombras fantasmas,
Desafiando a solidão...
Era a casa de João de Paiva,
Agente da estação,
Esposo de Amélia chaves,
Nossa parteira mais que curiosa,
Uma figura linda e caridosa,
Uma mulher digna e de coração.
Trouxe muita gente ao mundo,
Através de suas ecléticas mãos.
Inclusive eu, faço parte com orgulho,
Dessa lista porque não?
Quando criança, ficava horas a fio,
Olhando ela fazendo rendas,
Numa habilidade tremenda,
Que os bilros davam risadas...
E daquelas almofadas saiam,
Rendas, prendas bem trabalhadas.
Por essa casa passaram agentes,
Que me recordo lucidamente de :
Zé nilson, vanderlaan, rosalio,
Manuel Félix e outros também...
Nessa casa, meus sonhos de criança,
Repousam até hoje em seus quintais,
Coisas dos tempos de criança,
Que eu não esqueço jamais...
O que resta? Somente lembranças
E a danada dessa saudade.
Mas ainda há tempo de salva-lá,
Por favor, por caridade.
Poeta Lair Zomar (Lair de Miguel Silva)