Avisados de que constam da lista de políticos envolvidos na Operação Lava-Jato enviada ao STF, os presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara, Eduardo Cunha, reagiram retaliando o governo Dilma e acirrando a crise entre seu partido, o PMDB, e o Palácio do Planalto . Renan devolveu ao governo a medida provisória que anula os efeitos da desoneração da folha de pagamento das empresas, um dos pilares do ajuste fiscal de Dilma, e disse ter se arrependido de não ter feito o mesmo com outros projetos. Imediatamente, a presidente enviou um projeto de lei com o mesmo conteúdo ao Congresso, com urgência constitucional de 90 dias. Cunha disse ter sido vítima de “alopragem”, em referência a petistas envolvidos no escândalo dos aloprados, em 2006. Na noite de ontem, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao STF 28 pedidos de abertura de inquérito contra 54 suspeitos de participar dos desvios na Petrobras. No grupo há políticos com foro especial, mas também pessoas que não ocupam cargos públicos. Janot pediu o arquivamento de sete petições por falta de provas suficientes para abertura de investigação. Por enquanto, todos os procedimentos estão em segredo. Em Curitiba, dois executivos da Camargo Corrêa que fecharam acordo de delação premiada se comprometeram a detalhar fraudes em contratos de Belo Monte e Angra 3.
O Globo