Após um dia de muita tensão, o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou ontem à noite investigação contra 50 pessoas acusadas no escândalo de corrupção na Petrobras apurado na Lava-Jato, entre elas 49 políticos e um operador, Fernando Baiano. A lista enviada ao STF pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, detalha até pagamentos semanais de propina a investigados no esquema e inclui, entre os que responderão a inquérito, os presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara, Eduardo Cunha, ambos do PMDB. Segundo a acusação, Renan chegou a fazer reuniões em casa para tratar do esquema e "receber valores". Já Cunha é acusado de achacar empreiteiros. Os dois negam. As investigações autorizadas ontem são baseadas ainda apenas nas delações do ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa e do doleiro Youssef. Por isso, a maioria dos acusados é do PP (31), seguidos por PT (8) e PMDB (7). O PTB tem o senador Fernando Collor. E há dois nomes da oposição: o senador Antonio Anastasia (PSDB) e Luiz Argôlo (Solidariedade). Não foi aberta ação penal nem feita denúncia. Os políticos ainda serão investigados.
O Globo