O governo Dilma recuou e fechou acordo com o Congresso sobre a correção na tabela do Imposto de Renda. A presidente quis evitar que seu veto ao reajuste fosse derrubado no Senado, e representasse nova derrota—a medida que taxava empresas foi devolvida ao Executivo. A presidente defendia correção linear de 4,5%, e o Congresso, de 6,5% (por isso o veto). O Planalto resistia à mudança por não querer reduzir sua arrecadação. Pelo acordo, o ajuste da tabela do IR será escalonado, com correção de 6,5% para os salários mais baixos. Dessa forma, a faixa de isenção foi ampliada de R$ 1.787,77 para R$ 1.903,98. Já a fatia de renda mais alta, que paga alíquota de 27,5% do imposto, passará de R$ 4.463,81 para R$ 4.664,68. A mudança começa a valer em abril e será publicada no “Diário Oficial” de hoje. A correção da tabela é mais um capítulo da disputa política entre base aliada e governo, que tenta aprovar seu ajuste fiscal. Mesmo com o recuo, o ministro Joaquim Levy (Fazenda) disse que a União encontrará recursos para a correção sem deixar a meta fiscal de lado.
Folha de S. Paulo