quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Eleições 2016: Opinião



Ao ler a notícia que dr. Francisco Nascimento de Paiva Neto, Netinho de Caquinho, pode ser candidato pela oposição na cidade de Martins/RN e que o blogueiro enfatiza que dr. Netinho "trabalha em prol da saúde do povo", reforço cognitivamente que a nossa sociedade é mesmo carente e que aguarda sempre por uma solução mediata. Busca o salvador da pátria, ou melhor, constrói esse mito. Além disso, desconheço algum médico que trabalhe necessariamente para o povo, ele exerce uma profissão como um professor, um mecânico, um gari. No Brasil, creditamos e valorizamos demais algumas profissões e todas merecem respeito e admiração, principalmente os professores, esquecidos e desvalorizados. Entendo que essa nossa cultura de salvador da pátria vem do "sebastianismo" (mito), resquícios do colonialismo português.

Não tenho a intenção de desmerecer as pretensões do jovem Netinho, a quem tenho certo apreço, acredito que ele, numa leitura momentânea , se não estou equivocado, passa a ser mais um "aventureiro político" em busca do "poder", do "status quo"... ou, resgatando o otimismo, posso acreditar que ele pretende reverter o quadro e ser um político inovador, sem tantas amarras do sistema, pois o vício do sistema político institucional parece ser crônico, porém cada pessoa pode fazer sua releitura ética, moral e política.

Falo isso, porque se Netinho tem (tinha) um sonho de ser candidato em Almino Afonso, qual foi a sua contribuição para tal vislumbramento sair do imaginário e se concretizar numa alternativa política ao lado da oposição ou como terceira via? Acredito muito na força do convencimento e não na imposição. Se queres um lugar a sombra ou ao sol, se faz necessário lutar para seus objetivos serem alcançados e no campo político o diálogo é importante e, principalmente, a humildade de reconhecer que não somos perfeito, nem os donos da verdade.

Sugiro ao jovem e pretendente político-partidário para ao invés de vislumbrar, adentrar no campo da discussão com os interessados políticos, que somos nós todos, cidadãos ansiosos por mudança, por alternância de poder e por uma gestão pública sem tantos vícios e máculas, pois o "perfeito" não existe numa democracia, no entanto, o novo pode acontecer e promover algo diferente daquilo posto como normal.


Observador Político.