Papa Francisco
Cidade do Vaticano — Gente do mundo inteiro
lotará amanhã a Praça de São Pedro para ver de perto o papa Francisco
decretar santos, ao mesmo tempo, dois gigantes do catolicismo: João
XXIII (1958-1963), o Papa Bom; e João Paulo II (1978-2005), o Papa Pop. O
primeiro, um líder progressista, que abriu a igreja à pluralidade do
mundo moderno. O outro, um conservador carismático que, ao morrer, foi
aclamado santo pela multidão ainda durante o funeral. Com a dupla
canonização, avaliam especialistas, Francisco protagoniza um lance de
mestre. “É uma jogada política magistral”, diz a vaticanista Elisabetta
Piqué. De uma só vez, explica ela, o pontífice argentino busca afagar
divergentes grupos dentro da instituição, que conta com rebanho de 1,2
bilhão de fiéis no mundo, e ganha força para avançar nas reformas da
Cúria Romana, palco de carreirismo e disputas pelo poder.