O Cruzeiro enfrenta o Real Garcilaso, no
Peru. Vinte minutos do segundo tempo. Tinga (foto) entra em campo. Nas
arquibancadas, torcedores começam a insultar o jogador brasileiro,
imitando sons e gestos de macaco. A atitude racista, na noite de
quarta-feira, provocou uma onda de indignação mundo afora. Da presidente
Dilma ao dirigente máximo da Fifa, passando por atletas famosos, todos
repudiaram o preconceito. “Incrível como isso ainda existe no futebol”,
protestou Ronaldinho Gaúcho, ídolo do Atlético-MG, maior rival do
Cruzeiro. “#TamoJuntoTinga”, postou Neymar em rede social. O repúdio foi
tão grande que pode até levar a Conmebol, organizadora da Libertadores,
a uma punição inédita: a eliminação do time peruano do torneio. Sede da
Copa de 2014, o Brasil estuda medidas para coibir atos como esse no
Mundial. Mas, aqui, apesar de o racismo ser um crime inafiançável, reina
a impunidade. Não há ninguém preso no país por ter cometido esse tipo
de delito, superesportes.