No dia em que a população brasileira
ultrapassou oficialmente a marca simbólica e chegou a 201 milhões de
habitantes, o país acordou estarrecido
com a decisão da Câmara de rejeitar a cassação do mandato de um deputado
preso por corrupção. Graças ao corporativismo de 280 colegas – 131
votos contra, 41 abstenções, quatro obstruções e 104 ausentes –, Natan
Donadon (sem partido-RO), que cumpre pena de 13 anos num presídio, foi
absolvido. A notícia gerou uma onda de indignação. O combate ao voto
secreto voltou com força no próprio Congresso. O ministro do STF Marco
Aurélio Mello considerou a decisão “discrepante” com a Constituição.
Juristas se dividem quanto à legalidade da decisão, mas afirmam unânimes
que é imoral e enxovalha a imagem do Legislativo. Resta à população,
que, segundo o IBGE, crescerá mais lentamente, atingindo o ápice de 228
milhões em 2042 e passando a diminuir, esperar que até lá tenha
representação parlamentar mais decente.