Papa Francisco
Raul Castro (Cuba) e Obama (EUA)
Em discursos históricos e simultâneos nesta quarta-feira (17), o presidente Barack Obama (EUA) e o ditador Raúl Castro (Cuba) anunciaram que os dois países vão reatar relações diplomáticas, após período de 53 anos de hostilidades. Obama citou o "fracasso" da política americana de isolar o governo socialista da ilha vizinha. Em espanhol, disse: "Todos somos americanos". Raúl afirmou que a decisão merece "respeito". Em 1961, no auge da Guerra Fria, a tentativa dos EUA de invadir Cuba levou ao rompimento entre os países. Agora os americanos planejam reabrir a embaixada em Havana e irão retirar o status de "patrocinador do terrorismo" da ilha. Com o anúncio de Obama, foram amenizadas restrições sobre remessas e viagens, mas o fim completo do embargo econômico, que Raúl exigiu, depende de aprovação do Congresso dos EUA. Num gesto de reaproximação, o governo Obama liberou três cubanos presos no país, e Cuba soltou dois americanos que mantinha detidos. O anúncio desta quarta veio após 18 meses de negociações intermediadas pelo Canadá e apoiadas pelo papa Francisco. Obama e Raúl conversaram por telefone por 45 minutos na terça. A presidente Dilma descreveu o reatamento como "uma mudança na civilização".
Folha de S. Paulo