Proporção de eleitores de 16 a 18 anos caiu
pela metade em duas décadas; semana de protestos deixa claro o
desencanto com políticos e a cobrança por melhoria nos serviços
públicos, mas vandalismo desafia futuro das manifestações.
Os últimos 14 dias que abalaram o Brasil deixaram uma mensagem clara: o sentimento contra a política tradicional. A cada eleição, aumenta o número de brasileiros que não vão às umas ou, quando vão, votam em branco ou nulo. Há 21 anos, quando os caras-pintadas provocaram o impeachment do então presidente Fernando Collor, eleitores de 16 a 18 anos eram 3,6% do total. Hoje são 1,5%, informa JOSÉ CASADO. De cada 100 jovens que poderiam ser eleitores, só 35 se inscreveram para tirar o título. No Rio, só 19 em cada 100. Outro recado das ruas foi aos governantes, de quem os manifestantes cobraram melhorias nos serviços públicos. Representantes de diversos segmentos sociais ouvidos pelo GLOBO reforçam a necessidade de mudanças no país. E apontam desafios para os manifestantes: organizar suas reivindicações e não sucumbir à violência.
Os últimos 14 dias que abalaram o Brasil deixaram uma mensagem clara: o sentimento contra a política tradicional. A cada eleição, aumenta o número de brasileiros que não vão às umas ou, quando vão, votam em branco ou nulo. Há 21 anos, quando os caras-pintadas provocaram o impeachment do então presidente Fernando Collor, eleitores de 16 a 18 anos eram 3,6% do total. Hoje são 1,5%, informa JOSÉ CASADO. De cada 100 jovens que poderiam ser eleitores, só 35 se inscreveram para tirar o título. No Rio, só 19 em cada 100. Outro recado das ruas foi aos governantes, de quem os manifestantes cobraram melhorias nos serviços públicos. Representantes de diversos segmentos sociais ouvidos pelo GLOBO reforçam a necessidade de mudanças no país. E apontam desafios para os manifestantes: organizar suas reivindicações e não sucumbir à violência.
Cresceu muito na eleição municipal do ano passado (2012) o percentual de
votos nulos e brancos. Avultou-se também a abstenção. Para ficar apenas
no exemplo de São Paulo: o total de eleitores que não foi votar, anulou o
voto ou apertou a tecla “em branco” na urna eletrônica foi de 2,49
milhões (31% do total).
Repetindo: 31% do eleitorado não encontrou
um mísero candidato ou partido que considerasse digno de representá-lo.
Era uma tribo maior do que a que votara no segundo colocado, o tucano
José Serra (1,88 milhões de votos.). Quer dizer: o elefante passou sob a
janela e os "políticos" não viram que ele estava de tromba virada.