O Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, convida o país a refletir sobre a luta e a resistência do povo negro, lembrando a história de Zumbi dos Palmares e os séculos de violência enfrentados durante a escravidão. No Brasil, a data é feriado nacional, reforçando sua importância cultural e social.
A abolição, em 1888, não foi apenas um gesto da monarquia: foi, principalmente, resultado da resistência ativa dos próprios negros, que enfrentaram fugas, repressão, injustiças e derramamento de sangue para conquistar a liberdade.
Nesse contexto, ganha destaque a figura de Almino Álvares Affonso, potiguar nascido no Sítio Coroatá, hoje zona rural do município que leva seu nome, Almino Afonso-RN. Advogado, jornalista, humanista e abolicionista, ele atuou no Rio Grande do Norte, Ceará e Amazonas, sempre combatendo as injustiças, principalmente da escravidão.
Cinco anos antes da Lei Áurea, teve participação decisiva na libertação dos escravizados de Acarape-CE, atual Redenção-CE, a primeira cidade brasileira a abolir oficialmente a escravidão.
Após a Proclamação da República, foi deputado federal constituinte em 1891 e depois senador da República, ambos pelo RN. Foi, também, autor da primeira emenda constitucional que garantia direitos às minorias, mostrando visão social avançada para sua época.
Lembrar nomes como Almino Álvares Affonso no Dia da Consciência Negra é reconhecer que a liberdade no Brasil foi construída pela resistência do povo negro e por abolicionistas que ousaram enfrentar estruturas de poder e injustiça. É uma data para celebrar conquistas, reparar memórias e reforçar a luta por igualdade.