Imagine!
Há mais de cem anos atrás;
Uma máquina com caracteres,
Sobrenaturais...
Deixava pra trás Porto Franco,
( ...Grossos, RN.)
Destino, ao país de Mossoró;
Francamente, era algo surreal.
A Maria Fumaça, ofegante, apitava,
E assustava, gente e os animais;
Soltava fagulhas e muita fumaça,
Ave Maria chega de graça!
Não era época, do São João,
Mas, deixava brasas pelo o chão.
Maquiava o nosso céu celeste,
E dava medo aos cabras da peste;
Imagine que tamanha situação,
Uns gritavam, é um caminhão;
O outro dizia: ora não come não...
Era realmente uma locomotiva,
Desbravando o nosso sertão.
Quando apitava, causava susto,
Mas, evidentemente a todo custo,
Gente se escondiam nas matas.
Depois de imensas espectativas,
Muitos choraram de felicidades;
Logo descobriram, era o progresso,
Adentrando em nossas cidades.
E haja aplausos e muitos vivas,!
Fogos, músicas, discursos, choro,
E o trem apitando fazendo coro,
Em todas cidades sucessivas...
Em meio a imensas aclamações,
A locomotiva andava devagarinho;
Para não causar tantas comoções.
Ao fundo, uma banda de música,
Tocava canções de fato lúdicas;
Por favor, cante comigo então:
Ói, ói o TREM! Ói o TREM; Vem,
Surgindo detrás das montanhas
Azuis;
Quem vai, chorar? Quem vai sorrir?
Quem vai ficar? Quem vai partir?
Lair Zomar poeta dos Carvoeiros