A Câmara Municipal de Almino Afonso-RN aprovou, sem apresentar nenhuma emenda, o orçamento de Almino Afonso-RN para 2026, no valor total de R$ 65.402.767,85 (sessenta e cinco milhões, quatrocentos e dois mil e setecentos e sessenta e sete reais e oitenta e cinco centavos). Apesar de o município apresentar contas equilibradas e despesas dentro dos limites legais, os dados mostram que a estrutura fiscal “fecha no papel”, mas não responde às necessidades da população.
Do montante aprovado, por exemplo, apenas R$ 15.750 (quinze mil e setecentos e cinquenta reais) foram destinados à Segurança Pública, o que representa aproximadamente 0,024% do orçamento municipal. Trata-se de um valor considerado insuficiente até para ações básicas, como iluminação, monitoramento, prevenção à violência e apoio à atuação policial. Na prática, significa que a segurança segue sem recursos, enquanto a população convive com medo e vulnerabilidade.
Na outra ponta, a agricultura, principal atividade econômica e fonte de renda de grande parte das famílias do município, recebeu R$ 1.043.750,00 equivalente a apenas 1,60% do orçamento total. A quantia restrita evidencia a falta de políticas públicas estruturadas para o setor, que enfrenta problemas recorrentes como seca, perda de safra, falta de maquinário, ausência de assistência técnica, falta d'água...
Mesmo com esse cenário, a bancada de vereadores aprovou a peça orçamentária sem qualquer emenda que buscasse reequilibrar os investimentos, especialmente para áreas consideradas estratégicas para o desenvolvimento local. Com essa postura, o Legislativo sinaliza que não prioriza nem quem produz e nem quem vive exposto à violência.
Enquanto isso, áreas como educação, saúde e administração pública absorveram mais de 80% dos recursos, ou seja, mais de 52 milhões de reais, deixando espaços fundamentais negligenciados. Embora o cumprimento da legislação fiscal seja importante, o orçamento aprovado reforça que o equilíbrio financeiro não tem se traduzido em melhorias concretas para a vida das pessoas.
Para os agricultores, o orçamento não oferece suporte para manter a produção rural, motor da economia local. Já na área da segurança, tanto a zona urbana quanto a zona rural permanecem desassistidas, sem perspectiva de redução da violência, aumento da sensação de proteção ou implantação de ações preventivas.
Em resumo, o município apresenta um cenário no qual as demandas sociais permanecem abertas e sem resposta, deixando trabalhadores rurais e moradores urbanos à margem de políticas que contemplem suas necessidades básicas.