segunda-feira, 24 de novembro de 2025

Pequenos criadores de gado enfrentam fome de seus rebanhos no campo e cobram agilidade na liberação de empréstimos

Almino Afonso-RN

A situação dos pequenos criadores de gado bovino - especialmente os produtores de leite - atingiu um nível crítico no sertão nordestino, com destaque para o município de Almino Afonso-RN. A estiagem prolongada, somada à ausência de pastagens naturais, tem colocado em risco a subsistência das famílias que dependem da pecuária para sobreviver.

Sem pasto no campo e com o solo completamente castigado pela falta de chuva, os pecuaristas se veem obrigados a recorrer a empréstimos em instituições financeiras, sobretudo bancos estatais, para adquirir ração e manter seus animais vivos. Contudo, a principal reclamação que chega diariamente à redação deste noticioso é a demora excessiva na liberação desses recursos.

Há relatos de pequenos agricultores que aguardam há mais de dois meses pela aprovação do crédito emergencial. Nesse intervalo, o desespero aumenta, ou seja, animais adoecem e, em alguns casos, morrem de fome. Segundo os criadores, a burocracia tem sido um inimigo tão devastador quanto a própria seca.

"Estamos pedindo socorro. O banco diz que está analisando, mas enquanto isso o gado está morrendo", relata um pecuarista de Almino Afonso-RN.  

A crise afeta diretamente a economia local, já que o pequeno produtor é responsável por grande parte da produção leiteira do município.  

Diante da enxurrada de mensagens enviadas por criadores nos últimos dias, esta redação decidiu atender aos seus apelos e tornar pública a gravidade da situação, na esperança de sensibilizar a classe política - especialmente os deputados com base eleitoral no sertão - para que intervenham junto às instituições financeiras e aos órgãos competentes.

O que os criadores pedem não é favor, mas agilidade. A demora na liberação dos empréstimos pode significar não apenas prejuízo financeiro, mas a perda total de rebanhos construídos ao longo de anos com muito sacrifício.

Enquanto não chegam as chuvas e enquanto a documentação permanece empacada nos bancos, o sertanejo segue lutando - mas, desta vez, quase sem forças. É urgente que as autoridades tomem ciência da dimensão dessa crise e ofereçam uma resposta rápida e eficaz, antes que o cenário se agrave ainda mais.