Em um tempo em que cada cidadão carrega o mundo na palma da mão, com acesso instantâneo à informação pelas redes sociais, rádio, televisão e outras ferramentas de comunicação, a Câmara Municipal de Almino Afonso-RN decidiu andar na contramão da história.
Na última votação - na sessão ordinária realizada ontem (15/08/2025) -, os vereadores Dodó, Jorginho, Juninho de Zé Aderson e Assis Neto rejeitaram um projeto de resolução que obrigaria a transmissão das sessões da Casa Legislativa, sejam elas ordinárias ou extraordinárias. O vereador Godeiro, também aliado da prefeita, preferiu se abster, já Hermerson Amaral, também vereador da situação, não compareceu.
Do outro lado, em defesa da transparência, os vereadores Júnior de Mourão (autor da proposta), Kinkim de Tamim e Waguinho votaram a favor da medida.
Com a decisão, a população de Almino Afonso-RN continua sem acesso direto ao que acontece na “Casa do Povo”. As discussões e votações ficam restritas às paredes do plenário e aos poucos cidadãos que acompanham presencialmente. O registro oficial, limitado às atas, quase sempre omite os assuntos mais incômodos para aqueles que preferem governar longe dos olhos do povo.
O contraste é gritante, ou seja, enquanto outras Câmaras Municipais, assembleias estaduais, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal já utilizam transmissões ao vivo pela internet, redes sociais, televisão e rádio, em Almino Afonso-RN prevalece a cultura da falta de transparência.
Nesse cenário, destaca-se a postura do vereador Waguinho, que todos os sábados utiliza um programa de rádio para prestar contas do seu mandato, mostrando que é possível e necessário dialogar com o povo que financia seus salários.
Em pleno 2025, negar a transmissão das sessões é negar à população o direito de fiscalizar e de participar ativamente da vida pública. A democracia exige clareza, e clareza se constrói com transparência. Infelizmente, em Almino Afonso-RN, parte dos vereadores ainda prefere a política do silêncio - onde o povo, verdadeiro patrão da Casa Legislativa, fica de fora.