Enquanto a gestão municipal de Almino Afonso-RN celebra, mais uma vez, o pagamento em dia dos salários dos servidores efetivos, um grupo importante de trabalhadores segue à margem da valorização, a saber: os contratados, comissionados e prestadores de serviço.
A publicação de que "o pagamento referente ao mês já foi efetuado para todos os servidores efetivos" virou quase um carimbo repetido nas redes oficiais da Prefeitura. Contudo, a outra face da realidade - silenciosa e ignorada - continua preocupante, ou seja, muitos profissionais seguem sem previsão de pagamento. São professores, motoristas, zeladores, técnicos e outros trabalhadores que desempenham as mesmas funções dos efetivos, mas sem a mesma garantia de direitos.
O mais grave: há relatos de profissionais recebendo valores inferiores ao salário mínimo, o que fere a Constituição Federal e os princípios básicos da dignidade humana e do trabalho justo.
Esse cenário não é novo. O atraso nos salários desses profissionais se arrasta por meses, comprometendo o orçamento familiar, impedindo o pagamento de contas e, em muitos casos, gerando endividamento e adoecimento emocional.
Como explicar a um pai ou mãe de família que, mesmo trabalhando diariamente, seu salário pode não vir - ou vir com valor reduzido?
A Prefeitura precisa reconhecer: todos os servidores merecem respeito e tratamento igualitário. A dedicação e o serviço prestado ao município não devem ser medidos pelo tipo de vínculo trabalhista, mas pela contribuição real ao funcionamento da máquina pública.
Diante desse cenário, os vereadores do município não podem se calar. É hora de levantar a voz em defesa dos contratados e prestadores de serviço que, há muito tempo, esperam justiça e dignidade. O Poder Legislativo tem o dever de fiscalizar, cobrar transparência e exigir uma política de valorização que alcance todos os trabalhadores, sem distinção.
