A Celebração da Paixão do Senhor nos coloca no coração do mistério cristão. Lê-se, com solenidade e reverência, o Evangelho segundo João, que narra os últimos momentos de Jesus: o julgamento, a condenação, a cruz, a entrega. Cada palavra é pesada, cada silêncio é cheio de sentido.
Segue-se a adoração da cruz. Não uma cruz qualquer, mas aquela onde o próprio Deus, feito homem, deu sua vida. A cruz, outrora símbolo de dor e condenação, torna-se agora sinal de amor redentor. Diante dela, a comunidade se ajoelha, venera, contempla.
E, ao final, o silêncio não se rompe — ele se prolonga.
Pelas ruas da cidade, inicia-se a Procissão do Silêncio. Não há palavras, apenas passos e orações interiores. Um povo caminha sob o peso da memória da cruz, mas também com a esperança da ressurreição.
“E, carregando Ele mesmo a cruz, saiu para o lugar chamado Calvário, em hebraico, Gólgota... Ali o crucificaram.”
(João 19,17-18)