domingo, 12 de julho de 2020

Dr. Netinho: ‘Almino Afonso precisa, de fato, de uma gestão inovadora’

Dr. Netinho está no Cafezinho com César Santos

Jovem, médico e um projeto definido: servir a sua terra. Assim se define Francisco Nascimento de Paiva Neto, o Dr. Netinho, pré-candidato a prefeito de Almino Afonso, município encravado na região do Médio/Alto Oeste do Rio Grande do Norte. Aos 38 anos e com a carreira bem definida, ele entende que chegou a hora de oferecer o novo modelo de gestão pública no município.

Formado em medicina no Rio de Janeiro, Dr. Netinho atua na rede de saúde pública, atendendo pacientes de municípios oestanos e de outras regiões. Ele conhece de perto as necessidades de quem precisa de atendimento nas unidades de saúde, por isso, coloca a saúde como o ponto de partida para o projeto político-administrativo.

Dr. Netinho se filiou ao Republicanos juntamente com outro jovem, Hermeson Amaral, pré-candidato a vice-prefeito. Eles sabem que vão enfrentar o desafio de quebrar a hegemonia política e de poder da tradicional família Abel, que há décadas ocupa a Prefeitura de Almino Afonso com irmãos, tios e sobrinhos.

“Entendemos que chegou a hora da mudança, por isso, colocamos o nosso nome à disposição da população”, define Dr. Netinho, no “Cafezinho com César Santos”.

O senhor é médico com atuação na rede pública de saúde e acompanha de perto a pandemia do novo coronavírus. Seu município, Almino Afonso, foi afetado por casos confirmados da doença. Na sua visão, como o poder público no município está enfrentando a pandemia?

Entendo que o município de Almino Afonso-RN vem enfrentando a pandemia razoavelmente bem. Sabemos da dificuldade que o mundo inteiro vem enfrentando, mas sabemos também que de uma forma ou de outra, os municípios brasileiros têm tido um aporte orçamentário vindo do governo federal, justamente para ser utilizado nesse combate. Observo esforços por parte dos profissionais envolvidos diretamente no "enfrentamento" da pandemia.

O município de Almino Afonso está sendo bem atendido pelo Governo Federal com recursos extras. Só para a saúde são mais de R$ 320 mil, além do socorro financeiro para gasto livre. Há sinais de que a Prefeitura está aplicando esses recursos em favor da população?

Observamos que foram montadas barreiras sanitárias nos principais acessos à cidade e até onde sei também se consegue oferecer um serviço médico hospitalar acessível à população. Acredito na boa intenção do gestor, em enfrentar os desafios dessa pandemia em nossa cidade, bem como no bom uso desses recursos extras; para isso, acho que seria muito oportuno que a prefeitura de Almino Afonso apresentasse periodicamente, demonstrativos das despesas relacionadas ao combate à pandemia.

Como o senhor prevê a administração pública pós-pandemia do novo coronavírus? Vai ser um desafio para gestores, que terão que se preparar para o chamado “novo normal”?

Acredito que dias difíceis virão para os gestores públicos, principalmente, para os municipais. Não há dúvidas de que a economia mundial (incluindo o Brasil) terá um recuo histórico. Teremos uma legião de desempregados, baixa no consumo, na arrecadação e, consequentemente, uma diminuição importante nos repasses aos estados e municípios. Será, de fato, uma situação delicada. Os gestores terão mais do que nunca, que fazer o máximo com o mínimo. Uma forma de amenizar esse cenário seria ou será uma busca incansável por estímulo de geração de emprego e renda para nossa população.

A saúde pública, ou a falta dela, é reclamação frequente da população de Almino Afonso, mesmo o município contando com um hospital-maternidade. Por que esse equipamento não funciona de forma eficaz para atender aos necessitados?

A saúde pública sempre é motivo de reclamações e, infelizmente, isso não ocorre apenas em Almino Afonso. A saúde é o único e verdadeiro bem que todo ser humano tem, e é por isso que somos tão sensíveis e gera tantas reclamações quando há falhas na prestação desses serviços. Sou um defensor do SUS, embora reconheça suas falhas e limitações. Infelizmente, o estado vem sucateamento hospitais e "desestimulando" o funcionamento desses. Os "repasses" que os hospitais recebem do estado baseiam-se principalmente nos procedimentos médicos/cirúrgicos, nele realizado. É praticamente impossível manter um hospital sem parcerias, seja com outros municípios ou com estado, por exemplo. Implica-se, portanto, que o bom e razoável funcionamento do sistema de saúde (inclusive hospitais) necessariamente passe por um planejamento, habilidade e engajamento por parte da administração local.


O senhor decidiu enfrentar nas eleições deste ano a tradicional família Abel, que se dividiu em duas alas para tentar manter o poder. Qual o sentimento que fez o senhor aceitar o desafio?

Não é de hoje (já tem muitos anos) que o povo de Almino Afonso lembra meu nome como potencial candidato a prefeito. Aceitei o desafio (pré-candidatura) com muito entusiasmo, pois esse convite partiu de muitos conterrâneos, amigos e familiares aos quais deposita em mim (no grupo que sou representante), a confiança para que Almino Afonso tenha, de fato, uma gestão inovadora. Prezo muito pelo respeito, diálogo e sou um grande defensor da democracia. O povo vai decidir nas urnas se aprovam ou não nosso projeto, que comandamos com Hermeson Amaral (pré-candidato a vice-prefeito).

A família Abel mantém o poder municipal há décadas, com irmãos, tios e sobrinhos se revezando na Prefeitura. O senhor será candidato para quebrar essa hegemonia. Qual a razão, no seu ponto de vista, que a população tem para decidir mudar?

A população de Almino Afonso terá uma grande oportunidade de conhecer uma administração nova, com ideias novas, caras e nomes novos. Entendo que a população fará uma reflexão e decidirá pela mudança.

O poderio econômico que os Abéis sempre tiveram em campanhas eleitorais transmite um receio para o senhor na campanha eleitoral que se aproxima?

Não. Até porque quando iniciamos as conversas em torno desse projeto, definimos algo como um pilar central do que será nossa campanha: mudança. Portanto, nossa pré-candidatura oferece inovação; e o povo quer essa mudança. Dinheiro não decidirá essa campanha. O povo quer mudança!

A alternância do poder, de forma democrática, é o melhor caminho para qualificar as gestões públicas?

Creio que sim, pois se há alternância de poder, também há possibilidade de comparações, ajustes, correções e melhoramentos.

DeFato.com - Blog do César Santos