quinta-feira, 15 de março de 2018

Quantos milímetros de chuva para encher o açude de Almino Afonso?


Já fui perguntado algumas vezes sobre quantos mm de chuva são necessários para encher o açude público Lauro Maia de Almino Afonso/RN. 

Para responder esta questão de forma precisa precisamos de algumas informações que não dispomos, precisaria de um estudo mais detalhado dos solos, da composição da vegetação e também da capacidade de armazenamento de outros pequenos açudes situados na bacia. 

Mesmo assim vamos estimar e tentar uma resposta, então vamos aos dados: 

1 – a bacia do açude Lauro Maia tem uma área de 20km2 ou 2,000 ha. 

2 – A capacidade de armazenamento de água do açude = 6.000.000 m3 (6 milhões de metros cúbicos). 

Se considerarmos uma situação hipotética em que a área da bacia fosse uma área limpa sem vegetação e o solo fosse uma camada impermeável, como por exemplo, um prato em que todas águas das chuvas fossem acumuladas no açude. 

Desta forma teríamos: 

Capacidade de armazenamento de 6.000.000 m3 

Área da bacia – 20km2 ou 2,000 ha ou 20.000.000 m2. 

Chuva = 6.000.000m3/20.000.000m2 = 0,3 m ou 300 mm 

Assim uma chuva de 300 mm nestas condições seria capaz de acumular um volume suficiente para encher o açude. 

Sabemos que não temos estas condições, mas podemos dizer que no caso do solo esteja encharcado e que todos os outros açudes da bacia estejam cheios, caindo pouco mais de 300 mm de chuva num intervalo pequeno de dias pode encher o açude Lauro Maia. 

Pelo histórico da região são necessários aproximadamente 200 a 250mm de chuva num período de poucos dias para iniciar as águas a escorrer para o açude e o mesmo iniciar a acumular água. 

Nestes cálculos tem outro fato importante é que as chuvas ocorram num curto intervalo de dias e sejam de alta intensidade, assim podemos estimar que chovendo 550 mm em 15 dias o nosso açude pode iniciar a transbordar. 

A concentração e a intensidade das chuvas é muito importante pois pode ser que chova muito por exemplo 750 mm em 03 meses e não acumular nada no açude, neste caso a água se perde por evaporação e evapotranspiração antes de chegar no açude. 

Carlos Georg (foto)
Eng. Agrônomo Msc. Irrigação e Drenagem