Os dois episódios de preconceito racial
acontecidos na sexta-feira passada na capital são apenas a superfície
visível de uma grave ferida brasileira, a discriminação de seres humanos
pela cor da pele. Em menos de um ano, o serviço de denúncias por
telefone recebeu 8 mil ligações, das quais 126 foram classificadas como
racismo, uma média de 11 casos por mês, sem contar os registros de
injúria. Menos de 24 horas depois de ter sido presa por insultos
racistas a funcionárias de um salão de beleza na Asa Sul, a australiana
Louise Stephanie saiu da cadeia por decisão da Justiça. Já a autora das
agressões contra a cobradora Claudinei Gomes, xingada de “negra
ordinária e preta safada" dentro de um ônibus, ainda não foi
identificada.