Hoje (23/11/2013) é dia de Santa Lucrécia
Santa Lucrécia viveu em Córdova
quando era esta uma cidade moura
e
a
conversão
de um seguidor do Islã significava pena de morte. Seus pais eram
ricos e influentes maometanos, enquanto Lucrécia era uma cristã batizada, convertida que fora por uma parenta de nome Litiosa. A
princípio, Lucrécia conservou sua religião em segredo, mas com o correr
do tempo passou a praticá-la mais abertamente, deixando que os seus
pais soubessem. Irritados e alarmados, procuraram fazê-la apostatar
lançando mão de súplicas e ameaças que acabaram em bofetadas e
confinamento. Lucrécia conseguiu mandar recado a S. Eulógio,
perguntado se lhe podia arranjar com Anulona, irmã dele, algum lugar
onde ela pudesse esconder-se. A resposta que o mensageiro trouxe foi
positiva, e assim Lucrécia ficou esperando a oportunidade para
escapulir. Sua atitude ostensivamente passiva induziu os pais a
pensarem que ela estava prestes a fazer-lhes a vontade, e por isso
lhe deram permissão de assistir a um casamento. Dessa festa, porém,
Lucrécia conseguiu fugir e foi ao encontro dos seus amigos cristãos.
Sua ausência foi logo notada, e em consequência houve um grande
alarido, seguido de prisão e interrogatório de todos os cristãos
suspeitos de terem ligação com ela. Lucrécia foi passando de uma
família cristã para outra, enquanto S. Eulógio visitava-a de tempos
em tempos a fim de instruí-la melhor e fortalecê-la para o desenlace
que a aguardava. Lucrécia acabou sendo descoberta, e tanto ela quanto
S. Eulógio foram levados à presença do juiz. Ora, perguntado por que
a escondera, S. Eulógio respondeu: “Recebi a missão de pregar, e
para mim é um dever sagrado ajudar os que buscam a luz da fé. A
ninguém que procure, recuso-me a mostrar o caminho da vida. O que
fiz por ela, teria feito por ti, se me tivesse pedido”. Assim, os
dois foram açoitados
e condenados à morte. Depois de decapitada, Lucrécia teve o seu
corpo lançado no Guadalquivir. Posteriormente, foi guardado junto ao
de S. Eulógio, em Oviedo. Em Acta Sanctorum, Março, vol. II, consta
um breve relato sobre Santa Lucrécia.