terça-feira, 24 de abril de 2012

A realidade da nossa saúde

Em defesa da saúde

O Ministério Público do Trabalho (MPT) vai investigar a carga horária dos servidores da saúde em todo o país, para combater a evasão no local de trabalho, crime que tornou-se habitualmente no sistema público de saúde em todos os Estados brasileiros. Denúncias apontam a negociação de jornadas de trabalho, troca de expediente, substituições por outros não credenciados e o acúmulo de plantões extras sem o devido cumprimento. O excesso de carga horária assustou o MPT, a partir de consulta feita ao Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES). Em alguns casos, as jornadas de trabalho ultrapassam 120 horas semanais. Nesse caso, o médico plantonista teria de trabalhar 24 horas por dia de segunda a sexta-feira, sem parar. Isso significa que o profissional está ganhando sem cumprir a meta, porque é humanamente impossível; daí, os hospitais não terem condições de preencherem as escalas de plantão e, por gravidade, deixam os pacientes sem atendimento. No Rio Grande do Norte não é diferente. Veja o caso do Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM), que não consegue fechar a escala de plantão, apesar do grande volume de dinheiro que sai para essa finalidade. Há relatos absurdos que merecem investigação. Médicos plantonistas que em seu horário de trabalho estão atendendo em municípios vizinhos. Outros que já chegaram a cobrar – e isso está documentado – 36 plantões, quando o mês tem 30 dias. Talvez, e provavelmente, esse é um dos problemas que explicam a deficiência no atendimento nas unidades públicas de saúde, apesar de o Governo do Estado comprometer em seu orçamento R$ 47 milhões só com a folha de pagamento dos servidores. A investigação do Ministério Público do Trabalho parece urgente e necessária, para zelar por aqueles servidores que realmente trabalham e estão sacrificados, e também para tirar de linha os que drenam o dinheiro do povo.

Fonte: Colona de César Santos do Jornal de Fato de Mossoró/RN